Coincidindo com a abertura da Feira Medieval de Silves, o Museu Municipal de Arqueologia inaugurará a mostra “Silves no Tempo pelo Mar Adentro”. Esta exposição, que estará patente ao público na Sala de Mostras Temporárias deste Museu, permanecerá visitável até fevereiro de 2020.«Procura-se, deste modo, dar a conhecer aos visitantes da cidade a importância que o rio - que é um elemento central da história que se conta nesta edição da Feira Medieval de Silves – teve ao longo da vida desta cidade», explica Rosa Palma, Presidente da Câmara Municipal de Silves e reforça: «Não queremos que este evento seja somente um evento de animação, mas de verdadeira descoberta da história da nossa cidade e da importância que ela teve ao longo do tempo e, nesse sentido, é importante compreender o papel do rio no seu desenvolvimento e no relacionamento que estabeleceu com povos de origens tão distantes como os vikings».A proximidade ao mar fez do território de Silves um espaço ocupado pelo Homem desde, pelo menos, a Idade do Ferro, altura em que se funda nas imediações da atual cidade um entreposto comercial que manteve atividade até à época islâmica. É a este último período que remonta a mais antiga fonte escrita alusiva a Silves, que descreve, a partida do porto da cidade do poeta e diplomata Al-Gazali, para ir à terra dos normandos negociar a paz. Desde aí até aos nossos dias a História encarrega-se de nos contar as suas estreitas relações e do seu território com o mar, tanto na ótica da exploração dos seus recursos, como pelo ponto de acesso através do rio Arade a outros lugares, com os quais mantinha relações comerciais e partilha de ideias. É com base nesta relação constante e de proximidade ao mar que se pretende passar pelos pontos mais importantes da história de Silves. Começando no longínquo entreposto comercial da Rocha Branca passaremos pela célebre viagem de Al-Gazali e pelas incursões Vikings no mar do Gharb que a espoleta; pelos tão célebres estaleiros de construção naval que a tornaram rica em época islâmica e notada durante as descobertas; para chegarmos à partida dos barcos carregados de cortiça para destinos longínquos que marcaram a paisagem ribeirinha da cidade até meados do século XX. A exposição, que se quer composta por informação escrita, imagens e objetos arqueológicos, ajudará a contar esta reciprocidade relacional tão intensa, que Silves sempre manteve com o seu rio, e que a levou pelo mar adentro.